Uma das maiores tragédias brasileiras completa nesta quarta-feira (27) um mês. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, estão programadas várias homenagens às vítimas do incêndio na boate Kiss.
Uma manifestação na Praça Central da cidade fez um minuto de barulho em homenagem aos jovens, com palmas, buzinas e sinos das igrejas. O objetivo foi lembrar a alegria dos jovens que morreram na boate Kiss.
Um mês depois do incêndio, a cidade caminha unida, mas os sinais de luto ainda estão pelas ruas. “Devagarzinho, tentando se reerguer, mas foi uma coisa muito triste, a cidade ficou praticamente morta”, lamenta Erenilda Vilagran, funcionária pública.
Tatiele é uma das sobreviventes da tragédia. A jovem de 27 anos ficou 13 dias internada na UTI e aos poucos retoma a rotina. “Deus me deu uma segunda chance de vida. Eu poderia não estar aqui neste momento”, conta.
De acordo com as investigações, o incêndio começou durante o show da banda Gurizada Fandangueira. O fogo atingiu a espuma que revestia o teto da boate, e em poucos segundos uma fumaça tóxica tomou conta do local. A Kiss tinha apenas uma saída para os frequentadores, e estaria com a lotação acima do estabelecido pelo alvará de funcionamento.
Os donos da boate - Elissandro Sphor e Mauro Hoffmann - e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira - Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha - cumprem prisão temporária na Penitenciária Estadual de Santa Maria.
O Ministério Público vai denunciar os presos por homicídio doloso qualificado, por assumirem o risco de matar. “Ignoraram os quesitos de segurança e assumiram o risco de que o resultado de produzisse”, afirma Joel Dutra, promotor de justiça.
Os delegados responsáveis pelas investigações pretendiam concluir o inquérito nos próximos dias, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Eles querem ainda querem voltar a ouvir os quatro suspeitos presos e não descartam fazer uma acareação entre eles.
A polícia ainda espera o resultado das perícias, que não têm data para serem entregues. “Tem muita coisa ainda para ser feita. O que a gente quer é esclarecer. A sociedade quer o fato esclarecido. Depois que venham as responsabilidades. Nós não podemos atropelar agora e querer concluir isso dessa maneira e deixar diversas circunstâncias a serem esclarecidas”, diz o delegado Marcelo Arigony.
Originalmente em:http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/02/tragedia-de-santa-maria-completa-um-mes-com-homenagens.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário